segunda-feira, 16 de março de 2009

Contos de Um Anjo Voyeur


Olho ao meu redor e vejo maldade nos olhos dos homens.
Não existem mais crianças que brincam de ser criança.
A inocencia de toda uma geração foi vendida junto a aparelhos que trazem frieza ao coração.

E nisso, algumas vidas se perdem e outras se encontram.

Eu ando pela cidade e vejo algumas pessoas, sentadas em bares e inferninhos.
Todos transpiram luxuria, devassidão e nem se dão conta disso.

Continuo a andar, as pessoas não me vêem.
Eu toco seus rostos e elas sentem um arrepio; 
Que percorre a sua espinha e fazer a suas pernas bambearem.

Observo uma casa e em um quarto existe um casal.
Ela, ruiva, corpo torneado, pele bronzeada, labios deliciosamente carnudos, jaz sobre uma cama.
Ele, ligeiramente andrógeno, pele branca, olhos penetrantes, com seu sexo em riste.
Seus olhos emanam o tesão que faz sua pele exalar o doce odor do sexo vindouro.

Meus olhos brilham com a imagem do casal a consumar o mais belo dos atos.
Uma dadiva que eu há muito desejo, mas que me foi negado pela minha existencia. 

Eles entram em um ritmo frenetico.
Impossivel determinar onde um começa e outro termina.
A jovem pinça suas unhas nas costas do seu amado, trazendo-o para si, no momento em que o tesão alcança seu alge.
O ar do quarto começa a exalar o doce gosto do sexo dos dois, misturado a mirra.
E em um gemido que mais assemelhava-se a um solfejo, ambos gozam de forma sublime.

Sinto inveja de vocês, mortais que podem se deliciar com o doce sabor do sexo.
E por não poder, volto a minha vida mediocre e infame de proporcionar a voces o prazer de ter o calor de um belo corpo.

Acho que estou me tornando voyeur, pois o prazer que vejo é o mesmo que experimento.



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